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quarta-feira, novembro 29, 2006

Alicerçando Palavras e Imagens # 12 - Paul Cezanne

Table, Napkin, and Fruit (Un coin de table),1895-1900,óleo sobre tela,18 1/4 x 22 in. (47 x 56 cm.),The Barnes Foundation, Merion, Pennsylvania

As cores constituem a vida da natureza, a vida das ideias. O desenho, por outro lado, é uma abstracção total, por isso nunca se deverá separá-lo da cor. É como se quisesse pensar sem palavras, com meros números e símbolos.

Cezanne


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segunda-feira, novembro 27, 2006

Alicerçando Poesia # 217 - Mário Cesariny


autografia

Sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra
uma pedra configurada
um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra

O meu nome está farto de ser escrito na lista dos tiranos: condenado
à morte!
os dias e as noites deste século têm gritado tanto no meu peito que
existe nele uma árvore miraculada
tenho um pé que já deu a volta ao mundo
e a família na rua
um é loiro
outro moreno
e nunca se encontrarão
conheço a tua voz como os meus dedos
(antes de conhecer-te já eu te ia beijar a tua casa)
tenho um sol sobre a pleura
e toda a água do mar à minha espera
quando amo imito o movimento das marés
e os assassínios mais vulgares do ano
sou, por fora de mim, a minha gabardina
eu o pico do Everest
posso ser visto à noite na companhia de gente altamente suspeita
e nunca de dia a teus pés florindo a tua boca
porque tu és o dia porque tu és
terra onde eu há milhares de anos vivo a parábola
do rei morto, do vento e da primavera
Quanto ao de toda a gente - tenho visto qualquer coisa
Viagens a Paris - já se arranjaram algumas.
Enlaces e divórcios de ocasião - não foram poucos.
Conversas com meteoros internacionais - também, já por cá
passaram.
E sou, no sentido mais enérgico da palavra
na carruagem de propulsão por hálito
os amigos que tive as mulheres que assombrei as ruas por onde
passei uma só vez
tudo isso vive em mim para uma história
de sentido ainda oculto
magnífica irreal
como uma povoação abandonada aos lobos
lapidar e seca
como uma linha férrea ultrajada pelo tempo
é por isso que eu trago um certo peso extinto
nas costas
a servir de combustível
é por isso que eu acho que as paisagens ainda hão-de vir a ser
escrupulosamente electrocutadas vivas
para não termos de atirá-los semi-mortas à linha
E para dizer-te tudo
dir-te-ei que aos meus vinte e cinco anos de existência solar estou
em franca ascensão para ti O Magnífico
na cama no espaço duma pedra em Lisboa-Os-Sustos
e que o homem-expedição de que não há notícias nos jornais nem
lágrimas à porta das famílias
sou eu meu bem sou eu partido de manhã encontrado perdido entre
lagos de incêndio e o teu retrato grande!


sexta-feira, novembro 24, 2006

Alicerçando Músicas # 4




Diana Krall, Just the way you are, Live in Paris


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quarta-feira, novembro 22, 2006

Alicerçando Palavras # 120 - Jonathan Safran Foer


J'avais lu le premier chapitre d'Une brève histoire du temps quand papa vivait encore et ça m'avait collé des semelles de plomb incroyablement lourdes de lire à quel point la vie est relativement insignifiante et que, comparée à l'univers et comparée au temps, mon existence n'a pas la moindre importance. Quand papa était venu me border ce soir-là, on avait parlé du livre et je lui avais demandé de chercher une solution à ce problème.
«Quel problème?
- Celui de notre relative insignifiance.»
Il avait dit:
«Eh bien, que se passerait-il si un avion te parachutait au milieu du Sahara et que tu ramassais un seul grain de sable avec une pince pour le déplacer d'un millimètre?
- Je mourrais probablement de déshydratation.
- Non, je te parle seulement de cet instant-là, quand tu déplacerais cet unique grain de sable. Qu'est-ce que ça signifierait?
- Je sais pas, dis-le moi.
- Réfléchis.»
J'avais réfléchi.
«Ben, j'aurais déplacé un grain de sable, quoi.
- Ce qui voudrait dire?
- Qu'est-ce que ça voudrait dire que j'aie déplacé un grain de sable?
- Ça voudrait dire que tu as changé le Sahara.
- Et alors?
- Alors? Alors le Sahara est un désert immense. Il existe dpuis des millions d'années. Et tu l'as changé!
- C'est vrai! j'avais dit en m'asseyant dans mon lit. J'ai changé le Sahara!
- Ce qui veut dire?
- Quoi? Dis-le moi.
- Je ne parle même pas de peindre La Joconde ni de guérir le cancer. Je te parle seulement de déplacer un grain de sable d'un millimètre.
- Oui?
- Si tu ne l'avais pas fait, l'histoire de l'humanité aurait été autre...
- Mmm-mmm?
- Mais tu l'as fait, et donc...?»
Je m'étais mis debout sur mon lit en montrant du doigt les fausses étoiles et j'avais crié:
«J'ai changé le cours de l'histoire de l'humanité!
- Exactement.
- J'ai changé l'univers!
- Effectivement.
- Je suis Dieu!
- Tu es athée.
- J'existe pas!»
Je m'étais laissé retomber sur le lit, dans ses bras, et on s'était fendu la pêche ensemble.

Extrêmement fort et incroyablement près, 2005, L'Olivier, 2006



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segunda-feira, novembro 20, 2006

Alicerçando Imagens # 103 - Renato Guttuso 1911/87




Caffè Greco, 1976, óleo sobre tela, 282x333 cm - Museu Ludwig, Colónia.


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sábado, novembro 18, 2006

Alicendo Poesia # 216 - Dylan Thomas


A mão ao assinar este papel


A mão ao assinar este papel arrasou a cidade;
cinco dedos soberanos lançaram a sua taxa sobre a respiração;
duplicaram o globo dos mortos e reduziram a metade um país;
estes cinco dedos reis levaram a morte a um rei.

A mão soberana chega até um ombro descaído
e as articulações dos dedos ficaram imobilizadas pelo gesso;
uma pena de ganso serviu para pôr fim à morte
que pôs fim às palavras.

A mão ao assinar o tratado fez nascer a febre,
e cresceu a fome, e todas as pragas viera;
maior se torna a mão que estende o seu domínio
sobre o homem por ter escrito um nome.

Os cinco reis contam os mortos mas não acalmam
a ferida que está cicatrizada, nem acariciam a fronte;
há mãos que governam a piedade como outras o céu;
mas nenhuma delas tem lágrimas para derramar.



tradução de Fernando Guimarães

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segunda-feira, novembro 13, 2006

Alicerçando Poesia # 215 - Luis de Cernuda 1902/63

¿Volver? Vuelva el que tenga
Tras largos años, tras un largo viaje,
Cansancio del camino y la codicia
De su tierra, su casa, sus amigos,
Del amor que al regreso fiel le espera.

Mas, ¿tú? ¿Volver? Regresar no piensas,
Sino seguir libre adelante,
Disponible por siempre, mozo o viejo,
Sin hijo que te busque, como a Ulises,
Sin Itaca que aguarde y sin Penélope.

Sigue, sigue adelante y no regreses,
Fiel hasta el fin del camino y tu vida,
No eches de menos un destino más fácil,
Tus pies sobre la tierra antes no hollada,
Tus ojos frente a lo antes nunca visto.
peregrino
(Desolación de la Quimera)

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terça-feira, novembro 07, 2006

Alicerçando Poesia # 214 - Li Shang-Yin sec.IX


The Lo-yu Tombs

With twilight shadows in my heart
I have driven up among the Lo-yu Tombs
To see the sun, for all his glory,
Buried by the coming night.


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segunda-feira, novembro 06, 2006

Alicerçando Palavras # 119 - Théodore Monod


Assim que o oásis, as suas casas, a sua vida fácil e confortável - pensem bem, uma cama, um queijo camembert, cadeiras, pão! - tiverem desaparecido no horizonte, será de novo a vida selvagem, elementar, brutal e completamente despojada mas, é preciso admiti-lo, perfeitamente salubre.

Sempre "agradável", não; são, sim, e cheia de ensinamentos para os "civilizados" que acabaram por confundir o acessório e o essencial, e por atulharem a sua existência com uma data de elementos artificiais, necessidades fictícias, inutilidades doentias, que consideram ingenuamente como o "indispensável".

O indispensável, o verdadeiro, não pesa muito, apenas trinta quilogramas por mês. É a racção do mearista: vinte quilogramas de trigo moído, um de aletria, cinco de açúcar, meio quilo de chá verde, dois litros de óleo. E pronto, aquilo que os europeus não sabem que chega para viver, e fazer prosperar - muitas vezes sem carne, sempre sem álcool - homens cuja existência quotidiana exige por vezes esforços físicos desmesurados.


MONOD, Théodore, Os Navegantes do Deserto, Publicações Europa-América



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sábado, novembro 04, 2006

Alicerçando Poesia # 213 - Nobuo Hayashi


Quietness and
Serenity on a day of
Indian summer


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quarta-feira, novembro 01, 2006

Alicerçando Fotos # 26

Os reflexos do vitral no chão da Catedral de Tréguier na Bretanha/França

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