#footer { width:660px; clear:both; margin:0 auto; } #footer hr { display:none; } #footer p { margin:0; padding-top:15px; font:78%/1.6em "Trebuchet MS",Trebuchet,Verdana,Sans-serif; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; }

sábado, junho 28, 2008

Alicerçando Poesia # 313 - António Franco Alexandre


Eu disse tudo, mas não no lugar certo.
Em cera e em metal, por mãos de gente
e estojos de veludo me deitei
e quantos me tiveram sabem quanto
amei e amo a foice do teu rosto,
os cinco ou mais sentidos que me dás.
Um sopro humano, a boca, um coração,
me tocam e alimentam, como antes
águas de chuva no lazer do pântano
quando o vento passava nos pinhais;
sou teu igual, não mais, e no meu corpo
inteiramente novo é que perdura
a liberdade, glória do teu canto.
Desejo meu, em tua sede habito;
meu mestre, escravo, amante, pois servimos
no mesmo chão o mesmo antigo lume.


Etiquetas:

terça-feira, junho 24, 2008

Alicerçando Imagens # 139 - Roger Fry 1866-1934


Natureza Morta - Flores, 1912, óleo sobre tela, 965 x 610mm


Etiquetas:

sexta-feira, junho 20, 2008

Alicerçando Poesia # 312 - John Torres - Porto Rico


Tratado

La memoria del cuerpo
es un prisma de resonancias.


Etiquetas:

terça-feira, junho 17, 2008

Alicerçando Poesia # 311 - Marguerite Yourcenar


Respostas

- Que tens para consolar a cova,
coração insolente, coração incontido?
O fruto maduro pende e sossobra.
Que tens para consolar a cova?
- Tenho o tesouro de ter sido.

Que tens para suportar a vida,
Coração doido, farto de pulsar?
Coração sem brilho e sem jaça.
Que tens para suportar a vida?
- Piedade de tudo o que passa.

Que tens para desprezar o mundo.
Coração duro, fácil de quebrar,
Que tens para desprezar o mundo,
Que tens mais que nós, mais fundo?
- Capaz de me desprezar.


Tradução de Mário Cesariny



Etiquetas:

sábado, junho 14, 2008

Alicerçando Imagens # 138 - Cézanne


Route tournante à La Roche-Guyon, 1885, óleo sobre tela, 64.2 x 80 cm, Smith College Museum of Art, Northampton, MA


Etiquetas:

terça-feira, junho 10, 2008

Alicerçando Poesia # 310 - Afonso Lopes Vieira


Flores do Verde Pinho

Ó meu jardim de saudades,
Verde catedral marinha,
E cuja reza caminha
Pelas reboantes naves...

Ai flores do verde pinho,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Ma perderam no caminho!

Revejo-te e venho exangue;
Acolhe-me com piedade,
Longo jardim da saudade
Que me puseste no sangue.

Ai flores do verde ramo,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Ma alongaram do que eu amo!

- A tua alma em mim existe,
E anda no aroma das flores,
Que te falam dos amores
De tudo o que é lindo e triste.

A tua alma, com carinho,
Eu guardo-a, e deito-a, a cantar,
Das flores do verde pinho
- Àquelas ondas do mar.



PAÍS LILÁS, DESTERRO AZUL, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, 3ª SÉRIE, PAG. 125



Etiquetas:

sábado, junho 07, 2008

Alicerçando Poesia # 309 - William Wordsworth


The Solitary Reaper

Behold her, single in the field,
Yon solitary Highland Lass!
Reaping and singing by herself;
Stop here, or gently pass!
Alone she cuts and binds the grain,
And sings a melancholy strain;
O listen! for the Vale profound
Is overflowing with the sound.

No Nightingale did ever chaunt
More welcome notes to weary bands
Of travellers in some shady haunt,
Among Arabian sands:
A voice so thrilling ne'er was heard
In spring-time from the Cuckoo-bird,
Breaking the silence of the seas
Among the farthest Hebrides.

Will no one tell me what she sings?--
Perhaps the plaintive numbers flow
For old, unhappy, far-off things,
And battles long ago:
Or is it some more humble lay,
Familiar matter of to-day?
Some natural sorrow, loss, or pain,
That has been, and may be again?
Whate'er the theme, the Maiden sang
As if her song could have no ending;
I saw her singing at her work,
And o'er the sickle bending;--
I listened, motionless and still;
And, as I mounted up the hill,
The music in my heart I bore,
Long after it was heard no more.


Etiquetas:

quarta-feira, junho 04, 2008

Alicerçando Poesia # 308 - Manuel Bandeira (1886-1968)


Nu

Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.

(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.

Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.

Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.

Teus exíguos
— Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos —

Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!

Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.

Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.

Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu’alma
Nua, nua, nua...


Etiquetas:

domingo, junho 01, 2008

Alicerçando Imagens # 137 - Duncan Grant 1885-1978



Futebol, 1911


Etiquetas: