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terça-feira, outubro 18, 2005

Alicerçando Poesia # 132 - Joaquim Manuel Magalhães


Juntamos toros e gravetos
para a lareira. Na mata
flutua o crepúsculo.
Marcos de luz a findar.

Vagas de zimbro, escórias
o arpão do esquecimento.
A súbita melancolia da casa.

As janelas abrem para o rio
e a barra e a ilha com névoa.
Podias ser tu de céu a céu.

A inquieta certeza da poesia
não admite questões. Descobre-se
ao virar da vinha, quando chegamos
ao tanque e não há ninguém.


Uma luz com um toldo vermelho, Editorial Presença, Lisboa