Alicerçando Poesia # 314 - Sophia de Mello Breyner Andresen
MANHÃ DE OUTONO NUM PALÁCIO DE SINTRA
Um brilho de azulejos e de folhagem
Povoa o palácio que um jovem rei trocou
Pela noite frontal no descampado
Ele não quis o alaúde dos dias
Seu ombro sacudiu a frescura das salas
Sua mão rejeitou o sussurro das águas
Mas o pequeno palácio é nítido - sem nenhum fantasma -
Sua sombra é clara como a sombra dum palmar
No seu pátio canta um alvoroço de início
Em suas águas brilha a juventude do tempo.
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