#footer { width:660px; clear:both; margin:0 auto; } #footer hr { display:none; } #footer p { margin:0; padding-top:15px; font:78%/1.6em "Trebuchet MS",Trebuchet,Verdana,Sans-serif; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; }

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Alicerçando Poesia # 457 - Alexandre O´Neill


É simples a separação.
Adeus.
Desenlaçado o último abraço, uma pressa de dar cost-
as um ao outro
Já não há gestos. O derradeiro (impossível)seria não
desfazer o abraço.
Pressa de cada um retomar o outro na teia lenta da
remembrança.
Não desfazer o abraço. Ficar face encostada ao niagara
dos cabelos.
Sobram fotografias, voz no gravador, um bilhete na
caixa do correio. Sobra o telefone.
Tensão-telefone. Experimentada. Sofrida.
Tensão-telefone. Possibilidade de voz não póstuma.
No gravador, voz de ontem, de anteontem. De há anos.
Sobra o telefone.Mudo.
Retininte?
Sobrarão as cartas. Sobra a espera.
Na teia lenta da remembrança, retomo-te em memória
recente: na praia da ternura onde nos enrolámos e desen-
rolámos desesperados de separação.
Sobra a separação.

Etiquetas: