Alicerçando Palavras # 23 - Antonioni
Extracto de uma entrevista de Jean-Luc Godard a Antonioni
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JLG – Pensa que a tomada de consciência desse mundo novo tem repercussões sobre a estética, sobre a concepção do artista?
MA – Penso que sim. Isso muda a maneira de ver, de pensar; tudo muda. A Pop-Art demonstra que se procura outra coisa. A Pop-Art não deve ser subestimada. É um movimento “irónico”, e essa ironia consciente é muito importante. Os pintores da Pop-Art sabem muito bem que fazem coisas cujo valor estético ainda não está amadurecido –excepto Rauschenberg, que é mais pintor que os outros... Se bem que “a máquina de escrever mole” de Oldenburg seja muito bonita... Gosto imenso dela. Acho que é bom que tudo isso apareça. Só pode acelerar esse processo de transformação.
JlG – Mas o sábio tem a mesma consciência que nós? Raciocina como nós em relação ao mundo?
MA – Fiz essa pergunta a Stewart, o inventor do cérebro químico. Respondeu-me que o seu trabalho, tão específico, tinha, sem dúvida nenhuma, uma ressonância sobre a sua vida privada, até nas relações com a família.
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