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sexta-feira, abril 29, 2005

Alicerçando Poesia # 76 - Christopher Marlowe 1563/1593



INEFABILIDADE DO BELO
(Tamburlaine, parte I, acto 3º)


Se as penas todas que jamais serviram
mãos de poetas, houvessem haurido
os sublimes conceitos e arroubos
que o peito, a mente e a musa lhes moveram
ao descantar seus temas portentosos;
se a quinta-essência que elas destilaram
das flores imorredouras de seus versos,
onde, qual num espelho, apercebemos
as culminâncias do engenho humano –
se tudo, tudo isto, num só período
tivessem combinado, e na expressão
da magia do belo: mesmo assim,
sempre naquelas almas ansiosas
havia pelo menos de restar
um pensamento, graça ou maravilha
que nenhuma virtude, nenhum estro
logrará digerir em vis palavras.



In, Horas de Fuga, Edições Asa

Tradução de: Luiz Cardim