#footer { width:660px; clear:both; margin:0 auto; } #footer hr { display:none; } #footer p { margin:0; padding-top:15px; font:78%/1.6em "Trebuchet MS",Trebuchet,Verdana,Sans-serif; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; }

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Alicerçando Palavras # 123 - Gonçalo B. de Sousa


da poesia, umas palavras


A arte é como o amor: quanto mais velho sou, menos sei. Descobrir é matar as certezas: Afinal o fim do mar não é já ali, nem os homens têm olhos no peito.
Ir de viajem é que é bom. Da janela do carro, as aldeias sucedem-se na paisagem, revelando-se na sua brancura. Já não são, para mim, aldeias, mas cada uma em si, diferente das outras. E isto nem é saber: É ir sabendo uma coisa de cada vez; A forçosa humildade daqueles que, como eu, se acham em estado de ignorância.
É o que a poesia tem de bom para o poeta: Quanto mais lhe diminui a vaidade mais o enriquece de espanto, com a palavra revelada. Assim como a criança que atira os primeiros passos além da parede, ou que pensava serem todas as borboletas azuis, e descobre uma amarela.


Almada, 6-1-2007