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sábado, outubro 06, 2007

Alicerçando Poesia # 268 - Dylan Thomas


HÁ OUVIDOS QUE ESCUTAM NAS TORRES

Há ouvidos que escutam nas torres,
Mãos que resmungam na porta,
Olhos que vêem dos beirais
Os dedos nos ferrolhos.
Devo abrir ou ficar só
Até o dia em que morra
Sem ser visto por olhos alheios
Nessa casa branca?
Mãos, o que guardais: o veneno ou as uvas?

Para além dessa ilha confinada
Junto a um delgado mar de carne
E um litoral de ossos,
A terra jaz fora do som
E as colinas fora do espírito.
Nenhum pássaro ou peixe-voador
Perturbam a paz dessa ilha.

Há ouvidos que escutam nessa ilha
Passar o vento como o fogo,
E os olhos que vêem nessa ilha
Zarparem os navios da baía.
Hei de correr para os navios
Com o vento nos cabelos,
Ou lá ficar até o dia em que morra
Sem saudar marinheiro algum?
Navios, o que guardais: o veneno ou as uvas?

Há mãos que resmungam na porta,
Navios que zarpam da baía,
A chuva vergasta a areia e a ardósia.
Hei de acolher o estrangeiro,
Hei de saudar o marinheiro,
Ou lá ficar até o dia em que morra?

Mãos de estrangeiro e porões dos navios,
O que guardais; o veneno ou as uvas?


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