Alicerçando Palavras # 148 - Arturo Pérez-Reverte
Faulques não respondeu. Recordava agora, um pouco desconcertado, o que o seu amigo cientista tinha acrescentado quando conversavam sobre o caos e as suas regras: que um elemento básico da mecânica quântica era que o homem criava a realidade ao observá-la. Antes dessa observação, o que verdadeiramente existia eram todas as situações possíveis. Só ao olhar a natureza se concretizava, tomando partido. Havia, portanto, uma indeterminação intrínseca da qual o homem era mais testemunha que protagonista. Ou, clarificando o assunto, ambas as coisas em simultâneo: tão vítima como culpado.
Arturo Pérez-Reverte – O Pintor de Batalhas – Edições Asa – 2007 - p.96
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