Alicerçando Poesia # 348 - Ana Luísa Amaral
Quarto crescente
Porque vejamos: uma lua destas
já nem lua é. A lua quer - se grande,
leitosa, apontável às crianças:
olha o homem da lua, os olhos, a
vassoura. Mas uma lua destas,
desfazendo - se em sombras, um ar
de quem passou o dia em claro
já nem lua é. Que não exija então
o impossível, que não se finja
a sério a pedir versos e algum olhar:
o poeta não usa telescópio,
nem se vai acordar uma criança
por gomos de luar
Etiquetas: Poesia
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