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sexta-feira, novembro 26, 2010

Alicerçando Poesia # 441 - Nelly Sachs - Alemanha 1891-1970


Escuro ciciar do vento
na seara
A vítima pronta ao sofrimento
As raízes estão caladas
mas as espigas
sabem muitas línguas maternas.

E o sal no mar
chora na distância
A pedra é uma existência de fogo
e os elementos puxam pelas cadias
pra a união
quando a escrita espectral das nuvens
recolhe imagens primevas

Mistério na fronteira da morte
«Põe o dedo nos lábios:
Silêncio Silêncio Silêncio».

tradução de Paulo Quintela

(de Enigmas em Brasa / Gluhende Ratsel, incluído em Spate Gedichte, Francoforte do Meno, 1965)



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