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segunda-feira, novembro 15, 2004

Alicerçando Poesia # 26 - António Ramos Rosa


Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É uma arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.