Alicerçando Palavras # 127
"Arauto do modernismo? Revolucionário da forma poética? Missionário místico do Quinto Império? Precursor do existencialismo e da "hora absurda"? Filósofo da transcendência? Indisciplinador de almas? Iniciado nos mistérios? Mestre do ocultismo? Republicano de uma anarquia aristocrática? Possesso da despersonalização? Fingidor da literatura e da vida? Mais verdadeiro como Álvaro de Campos do que como Ricardo Reis? Mais sincero como Alberto Caeiro do que como Bernardo Soares? E quem são C. Pacheco, Carlos Otto, Vicente Guedes, os seus menos expressivos heterónimos?
Máscaras, máscaras, sempre máscaras. Máscaras ou caminhos? Máscaras ou realidades de um ser tão raro e complexo que nunca poderia cingir-se ao caminho único, limitado, singelo de uma pessoa? Máscaras ou formas de uma sabedoria penosamente arrancada a si mesmo e aos fados que só um corpo dão, mesmo ao ansioso de todos os espaços, de todos os tempos, de todas as vidas?"
(Extracto do livro de ANTÓNIO QUADROS, FERNANDO PESSOA, EDITORA ARCÁDIA, LISBOA, P.9)
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