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sexta-feira, agosto 24, 2007

Alicerçando Poesia # 260 - Pedro Kilkerry


É o Silêncio

É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa.
Olha-me a estante em cada livro que olha..
E a luz nalgum volume sobre a mesa...
Mas o sangue da luz em cada folha.

Não sei se é mesmo a minha mão que molha
A pena, ou mesmo o instinto que a tem presa.
Penso um presente, num passado. E enfolha
A natureza tua natureza.
Mas é um bulir das cousas...Comovido
Pego da pena, iludo-me que traço
A ilusão de um sentido e outro sentido
Tão longe vai!
Tão longe se aveluda esse seu passo,
Asa que o ouvido anima...
E a câmera muda. E a sala muda, muda...
Afonamente rufa. A asa da rima
Paira-me no ar. Quedo-me como um Buda
Novo, um fantasma ao som que se aproxima.
Cresce-me a estante como quem sacuda
Um pesadelo de papéis acima...
.....................................................
E abro a janela. Ainda a lua esfia
Últimas notas trêmulas. O dia
Tarde florescerá pela montanha.

E oh! Minha amada, o sentimento é cego...
Vês? Colaboram na saudade a aranha,
Patas de um gato e as asas de um morcego...


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