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quarta-feira, setembro 22, 2004

ALICERÇANDO POESIA #8 - INGBORG BACHMANN




SOMBRAS ROSAS SOMBRAS

Sob um céu estranho
sombras rosas
sombras
numa terra estranha
entre rosas e sombras
numa água estranha
a minha sombra


ÁRIA I

Para onde quer que nos voltemos na tempestade de rosas,
a noite ilumina-se de espinhos, e o trovão
da folhagem, antes tão leve nos arbustos,
segue-nos agora de perto.

Onde quer que se apague o incêndio das rosas,
a chuva inunda-nos o rio. Oh, noite tão distante!
Mas uma folha que nos encontrou é levada pelas ondas
e segue-nos até à foz.



Tradução de: João Barrento e Judite Berkemeier

In, O Tempo Aprazado, Assírio & Alvim, 1992