#footer { width:660px; clear:both; margin:0 auto; } #footer hr { display:none; } #footer p { margin:0; padding-top:15px; font:78%/1.6em "Trebuchet MS",Trebuchet,Verdana,Sans-serif; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; }

segunda-feira, julho 04, 2005

Alicerçando Palavras # 80- Sebastian Faulks


(...)- Cerca de cinco anos. Não mais do que isso. Todos os meus bons quadros foram pintados nesse pequeno período. Depois disso houve algo que se alterou, mudou. Embora processo pareça ter sido espontâneo, acho que também houve uma componente de vontade. Passei muitas horas em frente ao cavalete - tinha esse tipo de auto-disciplina - mas, à parte isso não tive consciência de nenhum esforço intelectual, embora suspeite que este foi maior do que eu me apercebi na altura. Quando se pinta com esse grau de concentração, a nossa mente está parcialmente passiva, estamos num estado em que nos submetemos aos impulsos que sentimos, mas também existe algo de activo. Temos de nos certificar de que os impulsos ficam, ao menos, na constelação certa. Puxa-se e empurra-se; até mesmo parar é um acto consciente. O facto de não termos consciência desta parte activa não a torna menos exigente. Muitos pintores ficam esgotados devido ao esforço - o caso de Derain, na minha opinião. Talvez tenha sido afinal o que aconteceu comigo. Senti-o como a perda dos sonhos espontâneos, mas se calhar estava só exausto.

Sebastian Faulks, Charlotte Gray, Difel, 2004