sexta-feira, outubro 30, 2009
terça-feira, outubro 20, 2009
Alicerçando Poesia # 380 - D. H. Lawrence - Inglaterra
Democracia
Sou democrata na medida em que amo o livre sol nos homens
e aristocrata na medida em que detesto as possessivas tacanhas criaturas.
Amo o sol em qualquer,
quando o vejo na fronte,
claro, sem temor, ainda que frágil.
Mas, quando vejo os pardos homens prósperos,
hórridos e cadavéricos, inteiramente sem sol,
como obscenos escravos prósperos saracoteando-se macanicamente,
então sou mais que radical, desejo a guilhotina.
E quando vejo os que trabalham,
pálidos e vis como insectos, às corridas
e como piolhos vivendo, com dinheiro contado
e sem nunca erguer os olhos,
então, como Tibério, desejo que a multidão tivera uma cabeça
para decepá-la de um só golpe.
Eu penso que, quando as gentes perderam totalmente o sol,
não têm direito de existir.
Sou democrata na medida em que amo o livre sol nos homens
e aristocrata na medida em que detesto as possessivas tacanhas criaturas.
Amo o sol em qualquer,
quando o vejo na fronte,
claro, sem temor, ainda que frágil.
Mas, quando vejo os pardos homens prósperos,
hórridos e cadavéricos, inteiramente sem sol,
como obscenos escravos prósperos saracoteando-se macanicamente,
então sou mais que radical, desejo a guilhotina.
E quando vejo os que trabalham,
pálidos e vis como insectos, às corridas
e como piolhos vivendo, com dinheiro contado
e sem nunca erguer os olhos,
então, como Tibério, desejo que a multidão tivera uma cabeça
para decepá-la de um só golpe.
Eu penso que, quando as gentes perderam totalmente o sol,
não têm direito de existir.
in, POESIA DO SÉCULO XX, Antologia, tradução de Jorge de Sena
Etiquetas: Poesia