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sábado, janeiro 31, 2009

Alicerçando Poesia # 355 - O. Elytis

Desprotegida a noite foi assaltada por memórias
Azul profundo
Carmim
Amarelas
Seus braços abertos se encheram de sono
Seu cabelo solto de vento
Seus olhos de silêncio.

Sete Nocturnos
tradução Mário Cláudio

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segunda-feira, janeiro 26, 2009

Alicerçando Poesia # 354 - Cabral de la Torre - República Dominicana

Sed

Esta sed insaciable
no es de agua
viene de adentro
y me consume.
Dolor detenido
agolpado de sombras
que desaparece sin rastro
sin memoria.

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sábado, janeiro 24, 2009

Alicerçando Palavras # 175 - Francisco Quiroz


Pètalos de muerte y èxtasis de amapola

Sobre las sábanas dispuestas en el calendario de alondra, el convidado de piedra alucina buenaventura. Sus besos transversales dialogan con la musa ausente. Así, el hartazgo del silencio en sus labios, distante, ama pétalos de muerte, éxtasis de amapola y, en desnudez hacia la tarde, yace torrencial en el crepúsculo.

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quarta-feira, janeiro 21, 2009

Alicerçando Poesia # 353 - Almada Negreiros 1893/1970


Canção da saudade

Se eu fosse cego amava toda a gente.
Não é por ti que dormes em meus braços que sinto amor. Eu amo a minha irmã gémea que
nasceu sem vida, e amo-a a fantasiá-la viva na minha idade.
Tu, meu amor, que nome é o teu? Dize onde vives, dize onde moras, dize se
vives ou se já nasceste.
Eu amo aquela mão branca dependurada da amurada da galé que partia em
busca de outras galés perdidas em mares longíssimos.
Eu amo um sorriso que julgo ter visto em luz do fim-do-dia por entre as gentes
apressadas.
Eu amo aquelas mulheres formosas que indiferentes passaram a meu lado e
nunca mais os meus olhos pararam nelas.
Eu amo os cemitérios - as lajens são espessas vidraças transparentes, e eu vejo
deitadas em leitos floridos virgens nuas, mulheres belas rindo-se para mim.
Eu amo a noite, porque na luz fugida as silhuetas indecisas das mulheres são
como as silhuetas indecisas das mulheres que vivem em meus sonhos. Eu amo a
lua do lado que eu nunca vi.
Se eu fosse cego amava toda a gente.

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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Alicerçando Poesia # 352 - Alfonso Gumucio Dagron - Bolívia


Máquina de Escupir

Voy a echarle leña negra a este papel
que tan blanco se cree.
Voy a marcarle la cara
con fierro y con carbón
para que el gesto se imprima rabioso
y la palabra no se caiga,
exhiba su pose extravagante,
atrapada entre resortes vencidos
crea que vive todavía
cadáver rígido de tinta seca.

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sábado, janeiro 17, 2009

Alicerçando Palavras e Imagens # - Renato Guttuso


La pittura è il mio mestiere. Cioè è il mio mestiere ed il mio modo di avere rapporto con il mondo. Vorrei essere appassionato e semplice, audace e non esagerato. Vorrei arrivare alla totale libertà in arte, libertà che, come nella vita, consiste nella verità.

Renato Guttuso, 1957.




Caffè Greco, 1976.Olio su tela, 282x333 cm.Museo Ludwig, Colonia.

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quarta-feira, janeiro 14, 2009

Alicerçando Poesia # 351 - Daniel Faria


Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
E aproveito o facto de teres chegado agora
Para te explicar como vejo o crescer da magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas - podes pensar
Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita,
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
Que a magnólia - e essa é a verdade - cresce sempre
apesar de nós.
Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti.
E a flor que te estendo, mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
A colherei.

A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão.

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sábado, janeiro 10, 2009

Alicerçando Palavras # 174 - Michel Foucault

As soon as you start writing, even if it is under your real name, you start to function as somebody slightly different, as a "writer". You establish from yourself to yourself continuities and a level of coherence which is not quite the same as your real life... All this ends up constituting a kind of neo-identity which is not identical to your identity as a citizen or your social identity, Besides you know this very well, since you want to protect your private life.

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Alicerçando Poesia # 350 - Fernando Pessoa


O inverno passa, tardando
Em passar.
O ar, asperamente brando,
Faz 'sperar.

Se tudo quanto eu desejo
Fosse meu,
Nunca teria um ensejo
De ser eu.

O inverno passa, mas dura.

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segunda-feira, janeiro 05, 2009

Alicerçando Poesia # 349 - Maria do Rosário Pedreira


Não sei por que razão o mundo se inquieta
quando estamos sozinhos. Talvez não saiba
que esgotámos os olhos no rigor dos espelhos
e que, por isso, não somos capazes de traçar
um caminho senão para o evitarmos. Na verdade,

se cai a noite, estiolam-se as aventuras entre nós –
o teu silêncio respira longamente, às vezes
paira sobre as dunas do meu corpo a conspirar,
como um tear de nuvens a fiar tempestades
ou um vento salgado a prometer naufrágios;
mas nunca converte o assomo numa história.

Não sei porque se aflige tanto o mundo
se ficamos sozinhos. Talvez ignore
que nós não somos mar de nenhuma praia,
que escolhemos poupar às falésias as cicatrizes
das ondas; e tudo para não aprendermos
o verdadeiro nome das feridas.

Rrevista Relâmpago


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sexta-feira, janeiro 02, 2009

Alicerçando Imagens # 152 - Aldo Rossi 1931/1997





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