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domingo, maio 27, 2007

Alicerçando Palavras # 126 - Gonzalo Torrente Ballester


"Por isso suspeito que o que verdadeiramente me afasta de ti é a necessidade de ser livre. Se quiseres, bestialmente livre. A porta fechada punha um limite à minha liberdade, que, nessa altura, existia deveras. Será por isso que quero abri-la? Talvez oculte uma sala vazia, e talvez a liberdade seja também como uma sala vazia.

"Mas seja como for, preciso de experimentar a liberdade. Se o seu apetite estava sob a minha consciência, agora reconheço-o e aceito-o. Não faço a mais pequena ideia do que possa acontecer-me, mas vamos ver.


Os Prazeres e as Sombras - I - Aí vem o Senhor



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sexta-feira, maio 18, 2007

Alicerçando Poesia # 244 - Sylvia Plath


April Aubade

Worship this world of watercolor mood
in glass pagodas hung with veils of green
where diamonds jangle hymns within the blood
and sap ascends the steeple of the vein.

A saintly sparrow jargons madrigals
to waken dreamers in the milky dawn,
while tulips bow like a college of cardinals
before that papal paragon, the sun.

Christened in a spindrift of snowdrop stars,
where on pink-fluted feet the pigeons pass
and jonquils sprout like solomon's metaphors,
my love and I go garlanded with grass.

Again we are deluded and infer
that somehow we are younger than we were.


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segunda-feira, maio 14, 2007

Meme *


Em resposta ao repto do Martim aqui vai:

A consistência e o odor do carvalho começam já a falar preceptivelmente da lentidão e da constância com que a árvore cresce.

O próprio carvalho assegura que só este crescer pode fundar o que dura e fortifica. Crescer significa abrir-se à amplidão do céu mas também deitar raízes na obscuridade da terra.

Tudo o que é verdadeiro e autêntico somente chega à maturidade se o homem for ao mesmo tempo ambas as coisas: disponível ao mais alto céu e abrigado pela protecção da terra que tudo oculta e produz.


Martin Heidegger




e passo a cadeia a:

Aguarelas de Turner

Do Avesso

Brinco de Palavras

Relógio de Pêndulo

Tábua de Marés




(*) Um "meme" é um " gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma".

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sábado, maio 12, 2007

Alicerçando Poesia # 243 - Alda Lara - Angola


Prelúdio

Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...

Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...

Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...

Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...

Mãe-Negra não sabe nada...

Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...

Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...

Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...

Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.

É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...


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domingo, maio 06, 2007

Alicerçando Poesia # 242 - Bashô








Quantas flores
Estão desabrochando no espírito
Quando a cerejeira está em flor?


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quarta-feira, maio 02, 2007

Alicerçando Poesia # 241 - Francesco Petrarca 1304/1374


Anima Bella da Quel Nodo Sciolta

Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.

Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.

Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.

Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.





Amor, Che Meco Al Buon Tempo Stavi


Amor, comigo noutro tempo estavas
Entre estas margens do pensar amigas
E p'ra saldar nossas razões antigas
Comigo e o rio arrazoando andavas:

Flor's, frondes, sombras, ondas, antros, cavas,
Profundos vales, altos montes, sigas,
Que repouso me foram das fadigas
E hoje o não são de tantas mágoas bravas.

Ó vós que os ermos habitais do bosco,
Ó ninfas, e quem mais do fresco fundo
Do líquido cristal se alberga e pasce:

Tão claro foi meu dia, ora é tão fosco
Como a Morte que o faz. Assim no mundo
Ventura vem do dia em que se nasce.



Tradução de Jorge de Sena



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