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terça-feira, março 30, 2010

Alicerçando Poesia # 393 - Ana Hatherly

Um ritmo perdido...

Se uma pausa não é fim
e silêncio nâo é ausência,
se um ramo partido não mata uma árvore,
um amor que é perdido,será acabado?

um ouvido que escuta
uma alma que espera...
-uma onda desfeita
É ou já não era?

Nuvem solitária,
silenciosa e breve,
nuvem transparente,
desenho etéreo de anjo distraído...

nuvem,
esquecida em céu de esperança,
forma irreal de sonho interrompido..

nuvem,
luz e sombra,
forma e movimento,
fantasia breve de ânsia de infinito...

nuvem que foste
e já não és: desejo formulado e incompreendido.

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quarta-feira, março 17, 2010

Alicerçando Palavras # 159 - Clarice Lispector


Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também.

Sim, mas é a sorte às vezes. Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras.

Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial.

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sábado, março 06, 2010

Alicerçando Palavras e Imagens # 12 - Pablo Picasso




Mulheres correndo na praia


Tento sempre não perder a natureza de vista. O que me interessa é a semelhança, uma semelhança mais profunda, mais real do que a realidade que atinge deste modo o surreal.


Picasso

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segunda-feira, março 01, 2010

Alicerçando Poesia # 392 - Maiakovski


E Então Que Quereis?...


Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.



Tradução de E. Carrera Guerra

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