Alicerçando Poesia # 441 - Nelly Sachs - Alemanha 1891-1970
Escuro ciciar do vento
na seara
A vítima pronta ao sofrimento
As raízes estão caladas
mas as espigas
sabem muitas línguas maternas.
E o sal no mar
chora na distância
A pedra é uma existência de fogo
e os elementos puxam pelas cadias
pra a união
quando a escrita espectral das nuvens
recolhe imagens primevas
Mistério na fronteira da morte
«Põe o dedo nos lábios:
Silêncio Silêncio Silêncio».
tradução de Paulo Quintela
(de Enigmas em Brasa / Gluhende Ratsel, incluído em Spate Gedichte, Francoforte do Meno, 1965)
Etiquetas: Poesia