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sexta-feira, julho 27, 2007

Alicerçando Palavras # 128 - Fernando Pessoa


PALAVRAS DE PÓRTICO *


NAVEGADORES ANTIGOS tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso."

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que sou: Viver não é preciso; o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) e lenha dêsse fogo.

Só quero torná-la de tôda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.

Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
__________________

* Nota sôlta; não assinada; sem data; inédito.


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domingo, julho 22, 2007

Alicerçando Poesia # 254 - Álvaro de Campos


Pecado Original


Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?
Será essa, se alguém a escrever,
A verdadeira história da humanidade.
O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo;
O que não há somos nós, e a verdade está aí.


Sou quem falhei ser.
Somos todos quem nos supusemos.
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca.


Que é daquela nossa verdade - o sonho à janela da infância?
Que é daquela nossa certeza - o propósito à mesa de depois?


Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas
Sôbre o parapeito alto da janela da sacada,
Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar.


Que é da minha realidade, que só tenho a vida?
Que é de mim, que sou só quem existo?


Quanto Césares fui!


Na alma, e com alguma verdade;
Na imaginação, e com alguma justiça;
Na inteligência, e com alguma razão -
Meu Deus! meu Deus! meu Deus!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!
Quantos Césares fui!


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sexta-feira, julho 20, 2007

Alicerçando Poesia # 253 - António Ramos Rosa

Do ócio esperado
Quando o sossego é só sossego e a visão do mar espraia a nossa identidade
sentimo-nos cúmplices da terra na densidade azul
e respirando pertencemos à leve vibração
de um ser anónimo vagamente feliz
que renova em nós os alvéolos do sangue
e dança na linfa com os seus élitros verdes
O peito levanta-se com os seus campos e regatos
e ergue-se até à cúpula das estrelas latentes
O ócio murmura nas esferas e cintila nos monótonos fulgores
e o sentido de tudo liberta-se de si mesmo
para ser a liberdade de um presente inextinguível
Se se pode tocar o ardor na sua fuga tentamos projectá-lo em grãos incandescentes
para que a boca que os lê possa reencontrar o seu sabor primordial

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segunda-feira, julho 16, 2007

Alicerçando Imagens # 115 - Gerhard Richter




Dark, 1989, óleo sobre tela 260x200cm


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sexta-feira, julho 13, 2007

Alicerçando Poesia # 252 - Ezra Pound


UMA MENINA

A árvore entrou por minhas mãos,
A seiva ascendeu por meus braços,
A árvore cresceu em meu peito...
Para baixo,
Os ramos crescem de mim, como braços.

Árvore você é,
Musgo você é,
Você é violetas com o vento por cima.
Uma criança – Tão alta – você é,
E tudo isto, para o mundo, é tolice...


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sábado, julho 07, 2007

Alicerçando Poesia # 251 - Adélia Prado


Impressionista


Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.


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quarta-feira, julho 04, 2007

Alicerçando Imagens # 114 - José Malhoa



José Malhoa, A retardatária, 1924, óleo sobre tela colada em madeira, 31x39,4cm


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domingo, julho 01, 2007

Alicerçando Imagens # 113 - António Ramalho


António Ramalho, Claustros, s.d., óleo sobre madeira, 32,2x46,3cm


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